Deserto Urbano de Álgida

Milhares de pessoas e ninguém pra lhe escutar
Multidões a gritar e no silêncio sufocar
Dos desejos que sucumbem em lamentos se resumem
De conselhos a seguir, de escolhas a presumir

Distúrbio de nossos tempos, de uma vida marginal
Que não pode ser real
Um método prático para encontrar alguém
Alguém que lhe apóie e lhe faça por completo
Um completo narcisista
Perdido em seus próprios conceitos, somos todos iguais e nada além

Cada dia mais um passo em um abismo de angústia
Porque fugir da realidade pensando estar tudo bem
Quando se chega ao ponto de viver essa penúria
Anseios pagãos que nos envolvem em penumbra
E um caminho solitário que se torna claro
E sem sentido
E sem sentido