Periferia de Bebeto Alves

Letra da musica Periferia de Bebeto Alves

Periferia
Periferia

Do limite do olhar
Pousado em 180 graus
Sou da periferia, da legião estrangeira.
Eu sou da várzea, sou da beira.
Eu inauguro o pensamento todo o santo dia
Atravesso suas pontes, eu contrabandeio
O mundo de novo, de novo, e de novo.
Sou pura prata, a língua corrente.
Um selvagem e quem mais eu deveria
Eu sou eu, somos nós, eu sou tu...
Essa paisagem
Um facho de luz em viagem
Sou tamanha fusão, redemoinho
Sou a ausência de toda presença
Eu me lixo, eu me fixo
Sou da nova milonga uma prova
A explosão de uma super nova
O feio, o sujo e o malvado
De porto alegre esses tais
Sou o pano de fundo, o amálgama
Sou barro dos uruguais
Sou do rio de janeiro, os navais
Eu sou cova, da cova da onça
Eu sou a dança e os tambores de maçambique
Em osório e terras de sto antônio, d'ali
Sou a loma e os poetas do litoral
Outros termos carnavais guaíbas
Eu nomeio, eu cito, eu incito
O que me é de direito
Por uma questão de respeito
Eu digo também que sou todos mais
E não sou mais de um, nem consenso,
Outra história
Um rock and roll, chamame, chama a canção
Que nos brilhe a memória
Outra estrela da ponta cabeça
O cruzeiro do sul, uma luz
Sou o céu oriental de pingentes e mantras
O chagdud tulku rinpoche, o tibet, três coroas,
E a teiniáguá das furnas de salamanca
Sou avô e a conjugação do futuro perfeito
Sou do piso ao teto, tábua por tábua,
O artesão e o arquiteto
Nem tão longe nem tão perto
O teu muro em ruínas e em chamas
Caudaloso verbo e mais nada
Sou o que não mais me lembro e o que ainda virá
Sou o tango sol africano
Um quebra cabeça, outro plano, por alah!
Sou todos nós, da vila do rei sou antônio.
Sou pé sujo e bolicho de estrada
O perfeito do imperfeito
Lua cheia e enchente
Sou-me assim e assim levo tudo por diante
Um descobrimento
Todo o meu estrangeiro
E me sou como sou, terra adentro e por inteiro,
Meu brasil, um brasil sul brasileiro

Sou um movimento,
De fora pra dentro
O quadril
O tempo em riste
Nem alegre nem triste
Outra liga, um outro metal
O que ainda por não saber nunca viste
Sou o que me veste, enquanto outro... despiste!
O que não se pensa nem se espera
O que fui e serei
O que sou agora.
Meu brasil, um brasil sul brasileiro

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