Ontem Ao Luar de Diana Pequeno

Letra da musica Ontem Ao Luar de Diana Pequeno

Ontem Ao Luar
Ontem Ao Luar

Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão,
tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão.
Nada respondi, calmo assim fiquei,
Mas, fitando o azul do azul do céu,
a lua azul eu te mostrei...
Mostrando-a a ti, dos olhos meus correr senti
uma nívea lágrima e, assim, te respondi.
Fiquei a sorrir por ter o prazer
de ver a lágrima nos olhos a sofrer.

A dor da paixão não tem explicação,
Como definir o que eu só sei sentir.
É mister sofrer para se saber
o que no peito o coração não quer dizer.
Pergunta ao luar, travesso e tão taful,
de noite a chorar na onda toda azul.
Pergunta, ao luar, do mar à canção,
qual o mistério que há na dor de uma paixão.

Se tu desejas saber o que é o amor
e sentir o seu calor,
o amaríssimo travor do seu dulçor,
sobe um monte á beira mar, ao luar,
ouve a onda sobre a areia a lacrimar.
Ouve o silêncio a falar na solidão
de um calado coração,
a penar, a derramar os prantos seus.
Ouve o choro perenal,
a dor silente, universal
e a dor maior, que é a dor de Deus.

Quando Jesus, meigamente solitário,
lá no cimo do calvário,
seus olhos, indulgente, erguia aos céus,
quanta dor, quanta poesia, a penar,
nos seus olhos luz luzia, a meditar
Não era a dor de não ter esse poder
de remir a humanidade
da eterna atrocidade do sofrer
Era, sim, a crúcea pena
de sentir por Madalena
o coração desfalecer.

Se tu queres mais saber a fonte dos meus ais,
põe o ouvido aqui na rósea flor do coração,
ouve a inquietação da merencória pulsação...
busca saber qual a razão
por que ele vive, assim, tão triste a suspirar,
a palpitar, em desesperação,
a teimar, de amar um insensível coração,
que a ninguém dirá no peito ingrato em que ele está,
mas que ao sepulcro, fatalmente, o levará.

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