Minha Vida
Trago na lembrança quando era criança
Morava na roça gostava da prosa
Do munjôlo d'agua e da casa de tabua...
Quando o sol saia invernada eu subia
Pras vaca leiteira eu tocar na mangueira
Fui muleque sapeca levado
Da breca gosta da viola e ainda ia á escola,
Eu ia todo dia numa egua tordilha...
Era meu destino ja desde minino
Pra ir no fandango era igual no furianbo
As veis no arreiro meu irmão ja veio
Fazia lóro de imbira pra i nas catira
Ficava do lado com o zoio estalado...
Querendo sapatia mais num pudia entra
Bebia uns quentão ja ficava entrão
Umas moda com alguém
Eu cantava também...
Com quinze ano de idade mudei pra cidade
Sai da escola era rapazola deixei de estuda
Fui caxeiro num bar...
Trinta mil réis por meis pra servi os fregueis
Vendendo cachaça aturando ruaça...
Pra mim só foi boa a minha patroa
Vivia amolado com meu ordenado
Trabaiei sete meis recevi só uma vez...
Eu num via dinheiro entrei de pedreiro
Pra aprender oficio mas foi um sofriço
Sol quente danado emborsando telhado
As cadera duia eu me arrependia
Mais naum tinha jeito era mete os peito...
No duro enfrentei não me acostumei
Sou um pouco retaco meu fisico é fraco
Só fala no trabaiooo quase que me desmaio....
Tive grande impulso com outro recurso
A viola é tão facil é só mecher nos traço
Fazê moda boa quando o povo enjoa
Fazê moda dobrada e bem selecionada
Pras festa que for não passar calor...
Evita de bebe pra voz num perde
Dinheiro no borço vem com poco esforço
Nesse ceu de anil divertindo o brasil...
Querido Tião Carreiro que vc esteja num lugar olhando sempre
Pra todos os violeiros que gostam de suas musicas
Vc sempre será um mestre
vídeo incorreto?