Numa Volta De Tropa de Mauro Moraes

Letra da musica Numa Volta De Tropa de Mauro Moraes

Numa Volta De Tropa
Numa Volta De Tropa

Numa volta de tropa me vou "despacio" e satisfeito
Nem sei direito porque me veio esta lembrança
Ando de poncho emalado cuidando uma manga d´água
"Carregadita" de mágoas com cismas de chuva mansa

Cuido a querência a légua e pico e me sobra estrada
De alma pesada depois de dias, que ando voltando
Deito um arame porque conheço cada fronteira
Sei que a porteira fica mais longe de onde ando

Ouço o cincerro da égua madrinha
Que de soslaio trazendo baios
Chega pra perto do meu gateado
Quem me conhece bem não troca orelha comigo
- Tem um amigo pra quando a dor lhe fizer costado!

Sou desse jeito e o meu gateado já me conhece
E não se esquece o que o campo já lhe ensinou
Ando faz tempo na vida, na estrada nem sei quando
Ando assim procurando sem saber pra onde vou

Penso comigo escutando a voz mansa do cincerro:
- Sabe parceiro até parece que o mundo pára
Quando o campo bebe a tarde numa ponta de garoa
E minha alma longe voa num gateado malacara

Me vou ao passo e me cai a chuva sobre o chapéu
Desaba o céu mas o meu poncho não emponcha nada
Pinga nas abas, sobre as clinas do meu gateado
Sigo molhado mas volto às casas de alma lavada.

vídeo incorreto?