Ai de mim!
Se os judeus tivessem um coração quebrantado
Ao invés de condenar o Mestre, fossem abraçá-lo
Se não negasse que o conheci e fosse ao seu favor
Ai de mim!
Se o carrasco recusasse a ordem de surrá-lo
Se o Mestre desistisse quando Pedro ali pediu
Pra voltar atrás, não cumprir jamais a sua missão
Ai de mim!
Se eu tivesse que levar as chicotadas
Se eu tivesse que cumprir suas pisadas
Se eu tivesse que morrer naquela cruz
Eu não suportaria
Carregar a culpa de uma multidão
Ver meu sangue escorrendo pelo chão
Ver os cravos transpassar as minhas mãos
Eu não suportaria
Amarrado em pleno sol do meio-dia
Por amor de quem amor não merecia
Resistindo a ser vencido pela dor
Sou grato porque Ele suportou
Ai de mim se não houvessem os milagres
Ao invés de água eu tomasse o vinagre
Se o meu suor se tornasse em sangue
Se a multidão pedisse morte ao assaltante
Ai de mim se fosse em mim tantos espinhos
Se fosse eu abandonado e sozinho
Ai de mim se fosse as minhas mãos furadas
E a honra pelo povo esmagada
Ai de mim!
Se eu tivesse que levar a cruz pesada
Se eu tivesse que cumprir suas pisadas
Se eu tivesse que morrer naquela cruz
Eu não suportaria
Carregar a culpa de uma multidão
Ver meu sangue escorrendo pelo chão
Ver os cravos transpassar as minhas mãos
Eu não suportaria
Amarrado em pleno sol do meio-dia
Por amor de quem amor não merecia
Resistindo a ser vencido pela dor
Sou grato porque Ele suportou
Ai de mim!