Prende-se a alma à ternura
Já presa doutra procura
Cantada noutros silêncios
Fazem-se tristes e duras
As trovas vivas e puras
Que prendo a quem não pertenço
Ai quem me dera amor
Cantar-te tudo o que penso
Prende-se a voz à poesia
Liberta nesta alegria
Parecida sem ser igual
Eu queria brandas e doces
Todas as vêzes que fosses
A trova amarga e o sal
Ai quem me dera amor
Ser beijo ponto final
Eu queria ser uma guitarra de tocar
Aquele trinado tricotado de fazer e desfazer
Eu queria ser uma guitarra que se agarra
Àquele trinado trabalhado de dizer e desdizer
Eu queria ser aquele fado desgarrado
No rasgado tricotado que é toda a gente a cantar
E no trinado desgarrado ouvir o fado tricotado
Trabalhado que tu tens para me ensinar .
Prendo-me todo ao meu canto
Liberto deste meu espanto
De escrever sonhos cantando
Desaparece o meu pranto
Não quero capa nem manto
Quero o azul feito rubro
Ai quem me dera amor
Mulher trinado mais puro .