ÀS Vezes de Luis Represas

Letra da musica ÀS Vezes de Luis Represas

ÀS Vezes
ÀS Vezes

Às vezes conto as horas
da cabeça aos pés
da vela
da solidão

Enquanto arde
o escuro não se vê

Às vezes pinto a cara
de uma côr solene
só para me entreter

A ver se vejo o que se vê

E são vezes sem conta
que me sento a ler
segredos que refaço por prazer

Estão escritos numa folha de ar
que respirei

Às vezes saio em braços
a cantar vitória
de uma luta desigual

Só eu sei como se luta de memória

E são mais de mil vezes
vezes outras mil
que adormeci ao som
de uma surdez gentil

Que afunda ainda mais o sono no vazio
e me passeia pelo meu lado menos frio

Quando me vires assim
poupa-te ao esforço
não tentes guardar recordações de mim

Quando me vires assim
não é por castigo
é porque aprendi
contigo
a não procurar abrigo
e assim estar mais junto de ti

Às vezes tenho o telemóvel da cabeça
desligado na central
que está na terra á minha espera

À espera dos recados dos sentidos
que chegam de todos os lados

O coração é uma caixa postal

Não espero que o Sol venha
p´ra me confundir
quando se veste de noite
e convida a fugir
do certo ou do errado
ou do ainda pior

Às vezes faço eu as regras a seguir

Num gesto lento e meio raro
afasto cortinas de luz
vejo-te a sombra do vestido

Volto do fim do medo ao mundo
volto do fim do mundo à espera
de te encontrar ainda aqui

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